Contemplando Estrelas

Se olho as estrelas vejo saberes
Cuja magnitude excede a lógica.
Se há loucura em meus dizeres,
O firmamento mostrará sua retórica.


Contemplo a noite, olho e vejo que há sabedoria nos céus
Esbanjando física, arquitetura e engenharia a fascinar os olhos meus,
Colocando à anos-luz estrelas para na terra guiar o seus,
Iluminar a noite e pôr brilho no escuro, quem pensaria, senão Deus?

Passo um tempo observando os luzeiros
Com saudosismo que não tem fim,
Por isso tenho comigo, que de lá este ser veio,
E mesmo não lembrando a saudade ficou em mim.

Mas um dia vou subir, voltar onde nasci,
Vou olhar o sol de perto e as estrelas chamá-las pelo nome,
Serei feliz por lá estar e pelo o que aqui vivi,
Mas não terei saudades desta terra, onde fui apenas um errante.

O Rico Dom De Um Pobre.

Ó quão oportuno problema,
Cuja obscuridade me faz encontrar
Dentro de mim o dilema,
O qual emotivamente começo a declarar.

Nasci com talentos tão nobres
Aptidões que me fazem variar,
Delírios em forma de palavras
Fazem minha vida estacionar.

Por que meu Deus alguém pobre,
Sem esforço começa palavras balbuciar
Das quais nascem lindos textos,
Poemas, frases e canções a cantarolar.

Deveria ser um motivo de alegria tal dom ter
Mas as palavras na mente não me deixam em paz viver
Se acordado ou dormindo elas estão a aparecer
Me tomam todo tempo e da minha vida, não sei o que fazer.

Escrevi tanto que dariam vários livros,
Inúmeras canções também escrevi.
Entre sermões, estudos, resenhas e outros textos
Boa parte da minha vida perdi.

E mas o que me desespera, é saber que não consigo evitar,
Passo horas escrevendo, mas sem um tostão ganhar.
Lembre-se que sou pobre e esse ofício não vai me sustentar,
Então sempre me revolto, pois este dom só está a me atrapalhar.

Pobre quando é intelectual sofre duas vezes mais,
Minha mente faz piada do caos e da miséria consegue filosofar,
Mas o que adianta ter uma mente fértil demais
Se não consigo colocar meu talento para sustentar o meu lar.

Cuidado Com Que Vê e Ouve.

Quando sua paz depender de você,
Esforça-te em a conquistar,
Pois as vezes é preciso fechar os olhos
Para provocações não aceitar.

Ás vezes é preciso tapar os ouvidos
Para aquilo que estão à dizer,
Pois nem tudo que vemos ou ouvimos
Serão saudáveis em nossa alma reter.

Preciso de uma mente mais seletiva
Aguçar meus sentidos e não envenenar a alma,
É preciso saber o que ver e ouvir
Para manter o equilíbrio e a calma.

Se vejo o errado e ignoro sou cúmplice,
Se ouço a mentira e me calo consinto.
Tem coisas que é melhor não ver e ouvir
E manter a paz de consciência fluindo.